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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Prefeitura vai anular prova, após confusão

Enfermeira alega ter sido agredida depois de reclamar do atraso e da desorganização da aplicação do concurso


Tumulto durante aplicação das provas para concurso público da Prefeitura de Pindoretama, ontem de manhã, deverá ter como consequência a anulação do certame. Inscritos reclamaram do atraso de mais de meia hora para o início das provas, a falta de porteiros e fiscais, além da estrutura física inadequada e sem ventilação dos locais. Se já não bastasse tamanha desordem, a enfermeira Maria Teresa Viana, 24, diz ter sido agredida após pedir esclarecimentos a um coordenador identificado por ela apenas como Baltazar.

Com a confusão, alunos saíram das salas sem realizar as provas e pedem anulação do certame que foi aplicado na Escola Júlia Alenque Fontenele, na via principal da cidade, avenida Firmino Crisóstomo.

Ainda nervosa, Maria Teresa Viana tinha como comprovação da agressão imagens gravadas por um celular no momento em que, segundo ela, Baltazar levantou a voz, lhe segurou pelos braços forçando sua saída da sala de aula.

"Foi uma confusão só, fui violentada e já fiz até um Boletim de Ocorrência denunciando a brutalidade desse cara. Ele gritou comigo e não soube nos informar o porquê de tanta bagunça", comentou a jovem que, antes de ser agredida, apenas teria feito questionamentos sobre os motivos do atraso.

"Eram 9h15min e não tinha fiscal e porteiro. O atraso foi de mais de 45 minutos. Isso é inadmissível. Era para ser um concurso sério, mas não foi", reclamou a jovem que tenta uma vaga para o cargo de enfermeira.

No coro das reclamações, a enfermeira Emanuela Bessa, 25, confirmou o tumulto, a desordem, a falta de critérios de segurança e a imparcialidade. "Fiscais chegaram com os pacotes de prova abertos, havia questões erradas e as salas não tinham boa iluminação e estavam sujas. Fomos maltratados pelos fiscais que foram grosseiros demais", disse.

Ela até chegou a fazer a prova, mas quando escutou os gritos de Maria Teresa saiu do recinto e se juntou aos demais no pátio pedindo o cancelamento. Alguns candidatos alegaram ainda que, mesmo estando inscritos e com comprovante, não tinham o nome na lista dos que fariam a prova. O concurso visa o preenchimento de 405 cargos efetivos da Prefeitura.

Recurso

Reconhecendo falhas, o secretário de Educação de Pindoretama, Ricardo Costa, informou que hoje a Prefeitura entrará com recurso para anulação do concurso e vai processar o Instituto Nacional de Gestão Avançada (Inga), responsável pela fiscalização e distribuição das provas.

"Fizemos a nossa parte em oferecer escolas com estrutura adequada. Ficamos estarrecidos com o fato e pedimos colaboração do povo", disse. A reportagem tentou contato ontem com o Instituto para esclarecimentos, mas os telefones estavam desligados.

Reação

"Fizemos nossa parte em oferecer escolas com estrutura. Ficamos estarrecidos"

Ricardo Costa
Secretário Municipal de Educação da Prefeitura de Pindoretama

IVNA GIRÃO
ESPECIAL PARA CIDADE


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